Sempre fui resistente à idéia de fazer terapia. Acho estranho falar sobre coisas íntimas a pessoas estranhas. Quanto tenho algum problema, geralmente procuro minha família, meu namorado, meus amigos. Poxa, mas é um saco... quer dizer, para eles, né? Eu sei que é. Por mais que as pessoas sejam legais,
e são, ninguém tem que ficar o tempo todo aguentando os problemas dos outros. Quer dizer, não o tempo todo. Apenas quando é necessário. Mas eu sei que é chato... e é chato pra mim também. E eu sempre tive uma ótima maneira de me livrar dos meus problemas: eu penso neles e converso a respeito até a hora em que minha paciência se esgota e "não quero mais falar disso". Pronto. Simplesmente, se não consigo aceitar/resolver/compreender tudo, melhor desistir...
E é aí que começa o meu abacaxi atual. Quer dizer, não tão atual assim, pois já existe há algum tempo. Mas é que agora eu consigo detectar um padrão: o meu inconsciente vem tentando fazer o que o meu consciente se recusa. Eu coloco meu pijama, deito na minha cama quentinha e confortável depois de um dia cansativo e... eu sonho com os meus problemas! Conversados, enfrentados, discutidos, às vezes até solucionados, mas na forma nada convencional e absurdamente inconveniente da minha inconsciência.
E é foda... eu acordo cansada, irritada, às vezes chateada, porque eu fico sonhando com o que tento esquecer!!! Tento apagar com livros legais, seriados divertidos, trabalho, passeios em boa companhia, dança, namoro, tudo de bom da minha vida consciente. Mas, quando vou dormir, é como se ouvisse o bicho papão falando: "agora não tem escapatória, você fugiu de mim o dia inteiro, mas estou aqui, quando você não pode mais fugir, quando você não pode me anestesiar, quando a única coisa que você pode fazer é observar".
AAAFFFFF!!!! Eu sei que algumas coisas são insolúveis e chatas e eu não quero pensar nelas. Mas já saquei que essa não é a melhor saída.
Por esse motivo, estou quase, quase, me rendendo ao auxílio profissional. Se tem gente nesse mundo que estudou as variações de humor do inconsciente e sabe lidar com essa besta fera para me ajudar a resolver meus babados e voltar a sonhar com carneirinhos branquinhos saltitantes em lindos vales verdes, ensolarados e floridos, com chantilly e uma cereja em cima, I am ready!
* - não encontrei um título adequado para esse post.
ps1: vou dar mais uma chance para minhas noites de sono... quem sabe depois de ter escrito isso tudo, a besta fera se manca?
ps2: tomara que sim, tomara que sim!
ps3: será que os terapautas têm consulta experimental?